A espiritualidade do comunicador

Jesus é a palavra de Deus que se fez carne e veio morar no meio de nós (Jo 1,14). Ele é o supremo comunicador do Pai, e optou por um processo inculturado e dialógico de comunicação, que se apresenta como um modelo básico para os projetos de comunicação de sua Igreja.

O evangelho de Marcos, revela que Jesus ao pregar o Evangelho (1,15), despertava a admiração do povo, pois ‘ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (1, 22). Jesus despedindo-se dos discípulos, enviou-os dizendo: “Ide ao mundo inteiro, proclamai o Evangelho a todas as criaturas” (16,15). E Marcos completa: “Os discípulos foram proclamar a Boa Nova por toda parte” (16,20).

Diante dessa visão evangélica, devemos rever os modelos e práticas de comunicação da Igreja, tanto no aspecto que tange as relações interpessoais, grupais e organizacionais, quanto ao uso dos instrumentos ou meios de comunicação na tarefa evangelizadora.

A espiritualidade do comunicador cristão deve ser fundamentada no exemplo de Jesus Cristo que, ao optar por um processo inculturado e dialógico de comunicação, possibilitava ao povo que o ouvia e com ele convivia, a inefável ventura de receber a comunicação de Deus Pai, fonte de toda verdade, amor perdão e comunhão. Possibilitava também, a descoberta de Deus no mundo e a criação da consciência crítica aos receptores de sua mensagem.

Sendo é um ser em relação com Deus, o comunicador deve estar voltado para seus irmãos, estar em permanente espírito de acolhida e colocar duas habilidades e seus conhecimentos técnicos no campo do manejo dos instrumentos de informação a serviço da pastoral de conjunto, tão apregoado nos encontros de formação e das diversas áreas pastorais da Igreja.

O comunicador cristão deve também favorecer a formação de ‘comunidades de comunicadores’ – espaço humano de acolhida a todos – merecendo especial destaque os que de alguma forma, desenvolvem trabalhos relacionados à área da comunicação. Dar especial assistência espiritual a estas comunidades de comunicadores, procurando, sempre, favorecer a união, evitando que trabalhem isoladamente.

É tarefa de todo comunicador, atuar junto aos profissionais que trabalham nos meios massivos – meios impressos e audiovisuais -, visando à evangelização dos mesmos, favorecendo um diálogo permanente.

Dentre os compromissos do comunicador cristão, não podemos esquecer da importância da avaliação de todos os trabalhos realizados, principalmente após a sua realização, aliás, já estamos acostumados, em nossas pastorais, a lidar com a realidade da avaliação. Esta é uma exigência de nossa prática. Não podemos promover e realizar nada sem levar em consideração àqueles pontos que são para nós sinal de uma caminhada séria e consciente em busca dos objetivos que almejamos, como Igreja, em nossos planos de ação evangelizadora.

É através da avaliação que podemos perceber com mais clareza as lacunas e desafios que a equipe ainda precisa enfrentar, assim como podemos contemplar os passos já dados no que tange à promoção e à vivência de um trabalho mais participativo, pleno e frutuoso, como deseja a Igreja (cf. Sacrosanctum Concilium, 7).

Viver a espiritualidade em nosso grupo de ação requer muito esforço, despreendimento, estudo, efetiva comunicação, humildade, perdão, amor e muita oração.

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada. Evangelho de São Marcos, capítulo 1, 15; 1, 22.

Bíblia Sagrada. Evangelho de São João, capítulo 1, 14.

Igreja e Comunicação rumo ao Novo Milênio. Disponível em:

http://www.maikol.com.br/subpages/pascom3.htm Acesso em 15/02/2008.

Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/igreja-espiritualidade-e-comunicacao/4314/#ixzz4FfhVAa3f

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